… (por Alda Romaguera)

ler com o corpo todo e se deixar afetar e produzir pensamentos em pulsos. pensamentos que se transpassam por forças criativas e se desenham em indefinidos contornos, que não se prestam a traçar caminhos nem receitas, mas querem provocar porosidades no quase monolítico bloco de ideias que transitam nos espaços de educação. pensamentos que movimentam conceitos resistindo à forma-modelação por singularidades incorpóreas, vida não orgânica que pode se manifestar nas linguagens, que escapa. Escapa ao proceder por disjunção inclusiva, aproximando termos desacostumados e contraditórios, paradoxais, que no plano educacional se estranhem e criem des-certezas. Escapa ao abrir espaços de intervalo para penetrar no entre, manifestar vontades de pensar onde parece não haver pensamentos; nas fendas das práticas pedagógicas não aceitar significações, antes a-significar; nas fissuras do aprisionamento do plano educação, hiatar, abrir brechas e criar cisões nesta/desta palavra. Escapa ao vazar para fora das margens da ordem orgânica, do natural ou naturalizado das palavras-coisas da educação, da pesquisa em educação. Escapa ao escolher a conjunção e para compor estranhos encontros, tensionados pelo vazio. Escapa ao criar a possibilidade de hiatar, no intransitivo verbo que substantiva a ação. (Alda Romaguera)

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